domingo, 30 de outubro de 2011

Finados

Para nós, popularmente, esse dia é chamado de Finados. Oficialmente, na liturgia da igreja se diz: COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS.
Não há preceito da Igreja sobre o luto. Fica a critério dos familiares, conforme costumes e o bom senso.  Sem negar a morte, a Igreja valoriza a Vida, a esperança certa da vida eterna.  
A Igreja católica vê a morte à luz da morte de Jesus. E a morte de Jesus sempre vem acompanhada da sua ressurreição, que é a vida nova conquistada pela morte. Jesus Cristo é o Senhor dos vivos e dos mortos.
Tríduos. Inicialmente, eram sete dias, número bíblico que significa plenitude. Tem grande sentido a oração durante os três dias junto aos familiares, o que lhes é um grande conforto, com certeza.   Três também é um número sagrado, lembrando a Trindade.
Diante das inúmeras mortes que assistimos diariamente, constatamos tristemente que realmente se vive uma cultura de morte hoje. Nossa missão como cristãos é neutralizar essa cultura com a cultura cristã da solidariedade. 
Jesus Cristo, “Ele é o único Libertador e Salvador que, com sua morte e ressurreição, rompeu as cadeias opressivas do pecado e da morte, revelando o amor misericordioso do Pai e a vocação, dignidade e destino da pessoa humana.” (DAp 6)
Cristo nos tira das trevas e da sombra da morte (cf Lc  1,79). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz (cf Fl; 2,8).   “Sua vida é uma entrega radical de si mesmo a favor de todas as pessoas, consumada definitivamente em sua morte e ressurreição. Por ser o Cordeiro de Deus, Ele é o Salvador. Sua paixão, morte e ressurreição possibilita a superação do pecado e a vida nova para toda a humanidade. Cristo, “Ele é o vivente, que caminha a nosso lado, manifestando-nos o sentido dos acontecimentos, da dor e da morte, da alegria e da festa”. (Bento XVI)  Ele preenche nossas vidas de “sentido”, de verdade e de amor, de alegria e de esperança! Cristo aceitou livremente a morte para que na sua morte-ressurreição, todos pudessem ter a vida para sempre.
Diante do desespero de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna na qual Deus será tudo em todos (cf  1 Cor 15,28).  Diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como valor supremo: “De que vale alguém ganhar o mundo inteiro e perder a própria vida?”(Mc8,36).   A vida é o valor sagrado, desde a sua concepção até a sua morte natural.   Só o Senhor é autor e dono da vida. O ser humano, sua imagem vivente, é sempre sagrado, em todas as circunstâncias e condições de sua vida. Diante das estruturas de morte, Jesus faz presente a vida plena: “Eu vim para dar vida a todos e para que a tenham em plenitude”(Jo 10,10).
Diferentemente dos ídolos, Deus é o “Deus vivo”(Dt 5, 26) que liberta, que perdoa incansavelmente e que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido “nas redes da morte” (Sl 116,3), suplicante a Ele se dirige:  “Não é um Deus de mortos, mas de vivos”(Mc 12,27). Para Deus todos vivem.  Jesus nos revelou o Reino de vida do Pai, que alcançará sua plenitude lá onde não haverá mais “nem morte, nem luto, nem pranto, nem dor, porque tudo o que é antigo terá desaparecido”(Ap 21,4).  Os discípulos não tinham sido capazes de compreender que o sentido da vida de Cristo selava o sentido de sua morte. Muito menos podiam compreender que, segundo o projeto do Pai, a morte do Filho era fonte de vida fecunda para todos. O mistério pascal de Jesus (paixão-morte, ressurreição) é o ato de obediência e amor ao Pai e de entrega por todos os seus irmãos. Com esse ato, o Messias doa plenamente aquela vida que oferecia nos caminhos e aldeias da Palestina. Por seu sacrifício voluntário, o Cordeiro de Deus oferece sua vida nas mãos do Pai, que o faz salvação para nós.
Sigla:  DAp=  Documento de Aparecida.
Padre Irineu Brisch. Entre em contato através do email irineuobrisch@hotmail.com

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Próximo de Deus

Domingo, dia 23/10, comemorou-se o Dia Mundial das Missões. Conforme a Palavra, celebramos o ensinamento de Jesus sobre o coração da lei: o amor a Deus e ao próximo. Na verdade, não são dois amores, mas um único amor em dois níveis e em duas direções. O amor a Deus se concretiza no amor ao próximo; e o amor ao próximo se fundamenta no amor a Deus. Vemos, assim que o cristianismo pode ser sintetizado numa única palavra: amor. Viver e cultivar o amor  é tudo. Fazer tudo o mais e não amar é jogar fora a vida. A missão da Igreja consiste justamente nisso: deixar-se envolver pelo amor de Deus. Anunciar o amor de Deus a todos.
O amor, além de envolver a mente e o coração, tem a ver com a vida. O amor é alegria no coração pelo bem do outro, bem diferente da inveja. O amor se exprime pela boca através do louvor: bem diferente da maledicência. O amor se realiza também pelas mãos, que se põem a servir, bem diferente da opressão. O amor precisa de afeto, de palavras, mas, sobretudo, de fatos: “filhinhos, amemos não com palavras, mas, com fatos e em verdade” (1Jo3, 18). 
Os fariseus tinham 613 obrigações e proibições.  O mandamento de Jesus é único, em duas direções: amar a Deus e amar ao próximo. É amando o irmão que amamos a Deus. “A relação originária com Deus é o amor ao próximo” (Karl Rahner).  O amor é o cumprimento da lei (Rm 13,10) porque nos torna semelhantes Áquele a quem fomos criados semelhantes: torna-nos filhos perfeitos como o Pai (Mt 5, 48).  Somos chamados a essa perfeição. Estamos a caminho. Você também participa dessa grandiosa Missão!  
Um abraço! Pe. Irineu

Peça a sua benção ou envie o seu comentario para irineuobrisch@hotmail.com

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Leitura Orante da Bíblia

Uma das maneiras de conhecermos a Bíblia é através da Leitura Orante (em latim se diz Lectio Divina= leitura divina), originada no século quinto depois de Cristo. Muitos cristãos já adotam, individual ou em grupo, este tipo de leitura da Bíblia para alimentar a sua fé, a sua esperança, o seu amor e seu compromisso com o Senhor e com os irmãos e irmãs. A Bíblia é a Palavra de Deus, e é para ser conhecida, orada, amada e vivida!
Como fazer a Leitura Orante?
1.       Ao iniciar a Leitura Orante você já deve ter escolhido o texto que deseja ler e rezar. Deve ter consciência de que vai ler a Bíblia não para estudar simplesmente ou para aumentar seus conhecimentos, nem preparar algum  trabalho pastoral. Você vai ler a Palavra de Deus para escutar o que Deus tem a lhe dizer. É importante que você se coloque numa atitude de despojamento e abertura para ouvir. Em você deve estar a mesma disposição que o velho Eli recomendou a Samuel: “Fala, Senhor, que teu servo escuta”(1Sm 3, 10)! Sua atitude deve ser a mesma atitude obediente e despojada de Maria: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”  (Lc 1, 38).
2.       Antes  de começar a leitura, encontre ou crie um ambiente que ajude o recolhimento e a escuta: coloque-se numa posição confortável, preste atenção aos próprios sentimentos, acalme-se de toda agitação.
3.       Em atitude de fé, invoque o Espírito Santo, pois é ele que pode garantir a docilidade e a abertura interior para acolher e descobrir o sentido da Palavra de Deus para nós hoje.  Agora, você pode percorrer os passos do método da leitura orante:
a)      1_0  passo: leitura – o texto em si. Faça a leitura atenta, calma, perseverante do texto. É diferente de devorar palavras. Vá ao texto com um olhar de quem o lê pela primeira vez, mesmo que já o tenha lido. Entre em relação com o texto e, por meio dele, com o autor. Pode ler mais vezes. Preste atenção nos personagens, anote  palavras ou frases que mais chamaram sua atenção
b)      2_o  passo: meditação – O que Deus fala para nós por meio do texto. Esse é o momento para repetir, mastigar, entrar em diálogo com o texto, para que o sentido do texto se atualize e penetre em sua vida. Fazer como Maria que “guardava e meditava em seu coração” (Lc 2,19,51) e, assim, você descobrirá que a “palavra está ao seu alcance, está em sua boca e em seu coração, para que você a possa cumprir” (Cf  Dt 30,14).
c)       3_o  passo: a oração – o que o texto nos faz dizer a Deus. A força que vem da Palavra, quando é levada a sério pela leitura repetida e pela meditação, fala aos nossos sentimentos e faz brotar em forma de agradecimento, de perdão, e intercessão.
d)      4_o  passo: contemplação – um novo olhar a partir de Deus. Esse é o último passo da leitura orante.  Ponto de chegada e novo começo. Contemplar é saborear, desde já, algo do amor de Deus que supera todas as coisas. É começar a ver o mundo e a vida com os olhos de Deus. A luz da Palavra ilumina os olhos da mente e do coração para discernir a vontade de Deus nos acontecimentos de cada dia.
Um abraço! Padre Irineu

domingo, 16 de outubro de 2011

Bíblia


Eis mais algumas orientações para um proveitoso contato com as Sagradas Escrituras:

*Quando lemos a Bíblia, aproximamo-nos do texto para perceber e ouvir o que  Deus quer nos falar. Mesmo que alguma coisa que lermos na Bíblia esteja confusa para nós ou nos incomoda, há sempre algo que Deus nos quer falar.
*Quando estudarmos a Bíblia, façamos de forma diferente do estudo de outro texto, isto é, em forma  de  oração, em um diálogo amoroso com Deus. Precisamos, para isso, abrir o nosso coração e a nossa mente para escutar e aprender.  Deixemos o texto falar. A Bíblia é sempre um livro surpreendente, portanto, deixemos que ela nos surpreenda.
Antes de ler a Bíblia, pedir com fé e humildade ao Senhor que envie o Espírito Santo, pois sem a ajuda do Espírito de Deus, não é possível descobrir  o sentido e o segredo amoroso que a Palavra de Deus tem para nós hoje. Escutar Deus não depende só de nós e do nosso esforço: precisamos da ajuda do próprio Deus.
*Ter presente a dimensão comunitária da leitura bíblica. Ao abrir a Bíblia, devemos  ter consciência de que ela é o livro da comunidade. O texto sagrado nasceu da experiência comunitária. Deus escolheu esse jeito para se comunicar. E, mesmo quando sozinhos, no silêncio  de uma meditação pessoal, nossa leitura bíblica deve ser em comunhão com toda Igreja, com o mundo, com o universo inteiro.
*A importância da liturgia dominical. A missa ou a celebração da Palavra são momentos privilegiados e apropriados para o contato com a Palavra, para uma escuta atenta e respeitosa de Deus. E, se tivermos o privilégio de proclamar a Palavra numa celebração, preparemo-nos, sempre e muito bem. Proclamemos com clareza, boa entonação e com respeito, pois é o próprio Deus que fala através de nós.  E este pode ser o único momento que algumas pessoas  têm para o contato com a Palavra de Deus, no texto sagrado.
*Bíblia e transformação da vida. Não nos esqueçamos jamais de que a leitura Bíblica deve nos levar a uma transformação profunda de vida.  Ela nos transforma aos poucos e, assim, começamos por adquirir a verdadeira sabedoria, que nos vem de Deus.
*O impulso missionário.  A Palavra divina nos faz missionários e missionárias, pois nos impulsiona a levá-la, com muito amor e convicção, aos outros, no desejo de fazer acontecer profundas mudanças nas relações humanas, na organização da sociedade com base na solidariedade, no amor, na justiça, na  justiça, na fraternidade e na paz.

Um abraço! Padre Irineu

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Bíblia

A Bíblia foi escrita em lugares diferentes. A maior parte do Antigo Testamento (AT) foi redigida em Israel, onde o povo vivia. Algumas partes, porém, na Babilônia e no Egito, para onde o povo foi  levado, como escravo, por questões de guerra. Por sua vez, os livros que compõem no Novo Testamento (NT) surgiram em diversos lugares como Israel, Síria, Grécia e Itália, por onde os Apóstolos viajavam para anunciar a Boa Notícia de Jesus Cristo.  É importante saber isso?  Sim, porque  a cultura do povo e dos povos, sua situação social, política e religiosa vão transparecer nos textos da Bíblias.
Há diferenças entre a Bíblia de edição Católica e a Bíblia de edição protestante ou evangélica. Em 1517, o Padre Martinho Lutero se separou da Igreja Católica e deu origem aos diversos ramos denominados protestantes, dos quais posteriormente surgiram os evangélicos. Traduziu a Bíblia para o alemão e optou pela versão hebraica do Antigo Testamento. Por sua vez, a Igreja Católica, no Concílio de Trento (1545-1563), optou oficialmente pela versão latina da Bíblia grega. Por isso, há diferença  entre a Bíblia Católica e a Bíblia  Protestante.  Assim,  Protestantes e Evangélicos  não adotam os livros de Tobias, Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Baruc, Sabedoria e Eclesiástico. Católicos assumem também estes livros escritos em grego, pois foram incluídos numa famosa tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego, realizada por 70 sábios judeus, na cidade de Alexandria, no Egito. Por isso, a tradução, de São Jerônimo (400 d.C.),  da Bíblia, em latim, chama-se “septuaginta”, isto é, setenta.  Tradução também chamada de “Vulgata”.
Como procurar um texto na Bíblia? Fácil e prático. Cada livro está dividido em capítulos e versículos. Para facilitar mais ainda, o nome de cada livro está no alto da página com a indicação do capítulo ou capítulos e versículos que estão naquela página. É importante saber o nome  do livro com a sua correspondente abreviação. Assim, Evangelho de Jesus Cristo segundo São João, abrevia-se Jo.  Primeira carta de são João- 1 Jo.
Atitudes para a leitura da Bíblia.
A primeira atitude é crer que realmente se trata da história de Deus conosco, de sua revelação para nos propor o caminho da felicidade em Deus e com Deus, com as pessoas e com o universo.
A segunda atitude é a abertura é a abertura interior e amorosa para captar, aos poucos, o que Deus nos revela sobre si mesmo e sobre seu Projeto para nós e para o mundo.
A terceira atitude é deixar que a Bíblia se explique a si mesma, pois a revelação acontece aos poucos, e algo que é dito em um determinado livro é enriquecido e completado em outro.
E a quarta atitude é confrontar nossa vida, nossa história e a história do mundo com o que é relatado na Bíblia. Estas quatro atitudes são fundamentais e devem sempre nos acompanhar em nosso contato pessoal e comunitário com este Livro ou Sagradas Escrituras.
Um abraço. Pe Irineu

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A mensagem de hoje

No trecho do Evangelho de hoje (Lc 11, 37-41), Jesus é observado e criticado por jantar, na casa do fariseu, sem lavar as mãos. O Senhor disse ao fariseu: "Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades..."

Fariseus podemos ser também nós. Vítimas de falsa sabedoria. Enganados pela serpente, os seres humanos pensam possuir a verdadeira sabedoria, que, na verdade, é falsa e tão difundida como a nossa ignorância a respeito de Deus. A falsa sabedoria mora em cada um de nós e, dentro de casa, responde por todos os males do mundo: "Eu sei!"

Podemos rezar como o cego e o publicano do evangelho: "Jesus, filho de Deus, tem piedade de mim pecador"(Lc 18, 13.38). Assim, se iluminam as trevas, pois se convence o justo do seu pecado e o sábio, da sua cegueira. Somos todos "Teófilos", filhas e filhos amados de Deus, que, diante da nossa impotência a nos auto-salvarmos, nos deu no Filho Jesus, nosso único, gratuito e suficiente Salvador.

Deus abençõe a você!

Abraço!
                        Pe. Irineu

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Saúde e Paz!

Dia 7 de outubro, dia de Nossa Senhora do Rosário.

A data vem lá de 1571. Houve, em Lepanto, Itália, uma grande batalha entre turcos e italianos. Os turcos queriam apossar-se da Europa. O Papa Pio V convocou o povo para a oração. Mesmo em número bem maior no exército turco, estes foram prodigiosamente vencidos.

Assim, cremos, A Mãe de Deus pode nos ajudar a vencer as batalhas da vida, quando a ela recorremos confiantes.  Na verdade, Ela continua intercedendo junto a se Filho Jesus, como o fez em Caná da Galiléia. Lembra, quando faltou vinho, foi falar com Jesus. E disse aos que serviam: "Fazei tudo o que Ele vos disser."    E apareceu o Melhor vinho.

Experimente. A intercessão, o pedido da Mãe não falha!  Quem honra o Filho, honre também a sua Mãe.  

Seja vencedor, vencedora com Aquela que pisou a cabeça da serpente inimiga!

Deus abençõe!

Abraço
                         Pe. Irineu
seu Filho Jesus, como o fez

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Olá, amigos!

Boa Nova é o significado de  Evangelho.

Quatro evangelistas nos escreveram o que Jesus falou e realizou. São eles: Mateus (Mt), Marcos (MC), Lucas (Lc) e João (Jo). Eles são o coração da Bíblia. Pois, são o recado de Cristo Jesus, personagem central da Sagrada Escritura.

Evangelho, portanto, não é simples lei que manda e proíbe. São inspirações muito sábias, propostas provocativas, diante da liberdade humana, para  bem viver, para a vida da gente ter um grande sentido.

É a proposta do Senhor, de Jesus Cristo, Ele mesmo se apresentando como Caminho, Verdade e Vida.

Para quem desejar, podemos trazer aqui o trecho do Evangleho do dia, com algum comentário para ajudar a refletir, orar e viver.

Deus abençõe a você!

Abraço!
                           Pe. Irineu